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  • Foto do escritorAssoc. Pediátrica Viana

Noites molhadas / Enurese noturna - Conselhos aos Pais e/ou Cuidadores



O que é?

  • Enurese noturna significa perdas involuntárias de urina durante o sono.

  • É um problema frequente em crianças: afeta até 23% aos 5 anos de idade, com redução progressiva posterior (5% aos 9 anos, 0.5-1% nos adolescentes/adultos).

  • Em todas as idades é mais frequente nos rapazes.

EN não é uma doença

  • Na maioria dos casos desaparece espontaneamente com o crescimento.

  • No entanto, é muitas vezes causadora de ansiedade parental e tem grande impacto na vida da criança.

Qual é o motivo da enurese?

  • A etiologia da enurese é multifatorial e os diferentes fatores têm peso diferente em cada criança. Apenas 5% das crianças com enurese tem doença orgânica subjacente.

  • Os fatores genéticos são muito importantes e na maioria dos casos a enurese é hereditária: se um dos pais teve enurese o risco é de 44%, se os dois tiveram o risco sobe para 77%.

  • Incapacidade de acordar em resposta à sensação de bexiga cheia e à necessidade de urinar (falha no diálogo “vesico-cerebral” durante o sono).

  • Em algumas crianças os episódios de enurese surgem antes da bexiga atingir a sua capacidade máxima e associam-se a contrações não inibidas do músculo da bexiga.

  • Pode existir produção excessiva de urina durante a noite por falha no aumento de libertação noturna da hormona antidiurética.

  • A enurese secundária pode surgir associada a problemas emocionais como separação dos pais, nascimento de irmão, problemas escolares, etc.

Dicas para uma boa micção


Treino vesical ajuda a manter as noites secas!

  • Devem ir à casa de banho 6 vezes por dia:

  • Ao acordar, a meio da manhã, ao almoço, ao lanche, ao jantar e antes de deitar;

  • Não esperar pelo momento em que a bexiga está completamente cheia e já não aguenta mais, aprender a urinar antes de sentir vontade;

  • Garantir o esvaziamento completo da bexiga:

  • Depois de uma primeira micção, para evitar que permaneçam resíduos de urina na bexiga, efetuar uma segunda micção;

  • Durante uma micção deve-se estar relaxado e sentado adequadamente na sanita: – Tanto as meninas como os meninos devem estar com os pés bem apoiados.


Alguns conselhos aos pais


  • Abolir castigos. Não culpe a criança, ela não faz de propósito;

  • Motivar a criança, reforço positivo é fundamental. Dar os parabéns por manter comportamentos adequados e não apenas as noites secas;

  • Ajudar a preencher o calendário miccional com as noites secas e molhadas. Aproveitar para o reforço positivo, “vamos conseguir mais”;

  • Numa noite molhada envolva a criança nas tarefas, ajudar a mudar o pijama e os lençóis da cama, de forma a que sinta que está a solucionar um problema;

  • Lembrar a criança de beber mais água ao longo do dia, até à hora do lanche (cerca de 1,5 litros);

  • Evitar bebidas com cafeína (ice tea, coca cola…) e gaseificadas. Evitar beber líquidos a partir das 17h. Antes de deitar não dar leite ou derivados;

  • Limitar a ingestão de alimentos ricos em sal e proteínas ao jantar;

  • Logo que possível retirar fralda durante a noite e proteger o colchão com resguardo.


Qual é o tratamento?

  • Para escolher o melhor tratamento para cada criança são necessários registos sobre os hábitos vesicais e intestinais; muito raramente será necessário fazer exames ou análises.

  • Existem dois tipos de abordagem:

- O tratamento comportamental, que envolve a utilização de diário miccional, treino vesical e alarme sonoro;

- O tratamento farmacológico, segundo indicação médica.

  • Habitualmente o alarme e o tratamento farmacológico, não são utilizados em crianças com idades inferiores a 6 anos.

A enurese não é um problema único, já que diferentes crianças continuam a molhar a cama depois dos 6 anos por diferentes motivos.
Até 50% das crianças não respondem ao tratamento inicial ou têm recaídas, necessitando de acompanhamento prolongado e diversas estratégias terapêuticas, que pode incluir outros tratamentos farmacológicos e/ou apoio psicológico, adaptados a cada criança em particular.
 

Autores: Raquel Oliveira (1); Ana Catarina Carneiro (1); Paula Matos (2)

(1) S. Pediatria da ULSAM; (2) Unidade de Nefrologia Pediátrica do CMIN

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