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  • Foto do escritorAssoc. Pediátrica Viana

Alergias alimentares | Marisco (moluscos e crustáceos)

Atualizado: 3 de jun. de 2019


O que é a alergia ao marisco?

A alergia ao marisco é a resposta excessiva do sistema imunológico aos alergénios deste alimento (partículas estranhas ao organismo, mas habitualmente inócuas), que ocorre nos indivíduos atópicos, ou seja, aqueles que herdam a capacidade de desenvolver alergia.


O que é que a desencadeia?

As manifestações clínicas de alergia decorrem habitualmente da ingestão do alimento, mas também a inalação ou o contacto cutâneo com os alergénios alimentares poderão desencadear sintomas.


Também há reações não alérgicas que podem ser provocadas por bactérias, vírus, parasitas ou toxinas que contaminaram os mariscos, podendo assemelhar-se a uma reação alérgica. Aditivos alimentares (como os sulfitos), que podem ser adicionados ao marisco, também podem simular alergia.


Quais são os sintomas?

Podem variar desde formas ligeiras a formas muito graves, de início muito rápido a mais tardio, deve suspeitar-se desta alergia quando sintomas idênticos se repetem após a ingestão do alimento ou de alimentos que o contenham.


Sintomas mais frequentes:

  • Cutâneos (urticária, edema dos lábios ou de outras partes do corpo)

  • Respiratórios (espirros, tosse, pieira, dificuldade em respirar)

  • Digestivos (diarreia, vómitos, dor abdominal em cólica)

As alergias a estes alimentos são frequentemente responsáveis por reações anafiláticas “fatais ou quase fatais”. Estas reações podem acontecer mesmo após ingestão de pequenas quantidades.


Como se diagnostica?

Para ajudar no diagnóstico podem fazer-se análises ao sangue, testes cutâneos ou provas de provocação oral.


Como se trata?

A alergia ao marisco tende a ser persistente e o único tratamento é a evicção total do marisco. Estes alimentos não são essenciais na dieta e a sua restrição não implica défices nutricionais.


O que causa a alergia?

O alergénio principal dos mariscos é uma proteína muscular designada tropomiosina. Há semelhança entre as várias tropomiosinas existentes nos mariscos, daí que há um risco aproximado de 75% de um indivíduo alérgico a um marisco desenvolver alergia a qualquer outro. É prudente que os alérgicos a um tipo de marisco evitem todos os outros.

Também foi demonstrada a existência de reatividade cruzada (pela semelhança entre as tropomiosinas) entre os ácaros e os crustáceos e/ou moluscos, particularmente o caracol. O termo “síndrome ácaros, crustáceos, moluscos” é muitas vezes usado.


A primeira alergia a aparecer é frequentemente a alergia respiratória aos ácaros do pó, à qual se segue o desenvolvimento de alergia alimentar crustáceos e/ou moluscos.


Conselhos gerais

  • Há que considerar o risco da chamada contaminação cruzada, em que recipientes, utensílios ou superfícies que contactaram com marisco (durante a preparação dos alimentos, empacotamento ou quando são servidos) podem transportar os seus alergénios para alimentos que supostamente não os contêm. Caso desencadeie sintomas por inalação (cheiros ou vapores) deverá evitar locais onde se esteja a cozinhar marisco, especialmente se mal arejados.

  • O marisco cru é menos alergénico que o cozinhado.

  • No site do Instituto Português do Mar e Atmosfera (www.ipma.pt) pode saber se o marisco da costa de Portugal pode ser consumido (avaliação da presença de toxinas e metais contaminantes).


Como escolher os alimentos?

O doente alérgico deve ler atentamente os rótulos dos alimentos preparados pois alguns incorporam marisco (saladas, sopas, cremes, molhos, pizzas, pastéis, rissóis, tartes...).


Os crustáceos e os moluscos fazem parte da lista de ingredientes alergénicos de declaração obrigatória, pela legislação da União Europeia sobre rotulagem alimentar.


Educação comportamental


A evicção do alimento implicado, é um processo complexo, exigindo a implementação de diversas estratégias no plano pessoal, familiar e social.
A educação envolve não só o doente e seus familiares, mas também os conviventes e, num plano mais lato, os diversos intervenientes na preparação dos alimentos.
Todos devem estar familiarizados com o plano de emergência que deve conter os detalhes da administração dos medicamentos em função da gravidade dos sintomas.
É importante que os primeiros sintomas de reação alérgica sejam rapidamente reconhecidos, para que o tratamento se inicie o mais rapidamente possível.

ATENÇÃO!!!


Mesmo com a ingestão de quantidades muito pequenas de marisco, há sempre o risco de choque anafilático.


O doente alérgico deve transportar sempre consigo o dispositivo de adrenalina para autoadministração!!


 

Autores: Ana Rita Araújo, Francisco Ribeiro Mourão, Susana Rodrigues

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