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  • Foto do escritorAssoc. Pediátrica Viana

Molusco contagioso


O que é?

O molusco contagioso é uma doença benigna e autolimitada, comum e frequente na infância. É causada por um vírus (da família Poxviridae) que cursa com infeção das células da superfície da pele. Tem uma prevalência de 10% na população em geral, sendo as crianças entre os 2 e os 5 anos de idade as mais afetadas.


Como se transmite?

A transmissão ocorre por contato direto (pele com pele) com os moluscos ou com objetos contaminados (toalhas, esponjas, bóias), habitualmente em piscinas ou balneários. A auto-inoculação (ou seja, o auto-contágio após tocar ou coçar as lesões) também é outra forma de transmissão e é frequente. O período de incubação pode variar de 2 a 7 semanas, mas por vezes pode ir até alguns meses.


Como se manifesta?

Com pequenas pápulas (“borbulhas”) da cor da pele, rosadas ou ligeiramente amareladas. O tamanho varia entre 1-10 mm. Podem atingir qualquer local: face, tronco ou membros. O número de lesões varia, podendo atingir dezenas.


Geralmente não provocam sintomas mas pode haver comichão ou inflamação local.


Como se faz o diagnóstico?

Habitualmente pela aparência das pápulas pelo que o diagnóstico é clínico e imediato. Apenas em casos de dúvida (por aparência não tão típica) é necessário realizar exames complementares de diagnóstico.


O que fazer?

Dada a sua natureza benigna e autolimitada não carece de avaliação em serviço de urgência, a qual pode ser feita com o médico assistente em regime de consulta.


Tendo em conta a sua localização não é frequente apresentar sintomas sistémicos (febre, mal-estar), exceto se houver sinais de possível sobreinfeção bacteriana das lesões, devendo nesse caso ter avaliação médica.


Qual o tratamento?

Tal como já descrito, o molusco é uma doença benigna e auto-limitada, portanto podemos optar por não fazer nenhum tratamento, esperando a involução espontânea das lesões que pode levar entre 12 a 18 meses.


Esta atitude não é ponderada nos casos em que existe um número elevado de lesões, quando há sintomas sistémicos a acompanhá-las ou quando a resolução espontânea está a ser demorada. Quando se decide optar pelo tratamento temos 2 tipos: métodos destrutivos químicos e métodos destrutivos físicos.


Métodos físicos:

  • Crioterapia: utilização de um jacto de gás (azoto) a uma temperatura extremamente baixa, que funciona como uma queimadura térmica, destruindo as partículas do vírus. São necessárias habitualmente várias sessões repetidas a intervalos de 3-4 semanas.

  • Curetagem: forma de remoção cirúrgica, em que se utiliza uma cureta para destruir e destacar as lesões da superfície da pele.

  • Laser: a lesão é destruída através do laser.


Métodos químicos:

  • Aplicação tópica de substâncias que vão provocar a eliminação do vírus, seja através dos seus efeitos directos ou implicando a resposta imunitária do próprio organismo. Destacam-se a aplicação de formulações contendo substâncias como o ácido salicílico, o ácido láctico, o hidróxido de potássio, retinóides, fármacos imunomoduladores como o imiquimod, entre outros.


Evolução/Prognóstico:

A evolução na maioria dos casos é benigna, voltando a ressalvar que a tendência natural é para a regressão espontânea das lesões.


Mesmo que haja necessidade de tratamento e ainda que este possa ser demorado e incomodo, a resolução é total e completa, sem formação de cicatrizes.


Prevenção:

  • Evitar a partilha de objetos como toalhas com outras crianças e membros do agregado familiar.

  • Manter as lesões secas e limpas e no caso de haver presença simultânea de eczema trata-lo, uma vez que potencia o contágio e disseminação.

  • Evitar frequentar as piscinas onde se saiba que há presença de molusco.


Nota: O Molusco contagioso não é uma doença de evicção escolar obrigatória.
 

Autores: Andreia Marinhas, Licínia Lima

S. Pediatria ULSAM

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