Quer seja indicado pelo médico ou pela linha SNS24 (808 24 24 24), o cumprimento desta recomendação é de extrema importância para ser possível conter o impacto deste vírus, sendo a medida mais efetiva no combate ao crescimento do número de pessoas afetadas por COVID-19. É a forma de conseguirmos proteger as pessoas mais vulneráveis à doença grave, tal como pessoas com doenças crónicas ou com mais idade, como os avós. Está nas nossas mãos o abrandamento e controlo deste problema de saúde pública.
A indicação para isolamento domiciliário pode ser dada em determinadas situações, nomeadamente caso o seu filho tenha tido contacto estreito com um caso confirmado, esteja a aguardar resultado do teste laboratorial ou seja um caso confirmado de COVID-19.
COMO FAZER O ISOLAMENTO EM CASA?
Sigam as recomendações e orientações dadas pelo médico ou SNS24, vigiando a progressão do quadro clínico da criança de acordo com o que lhe for indicado, nomeadamente registar a temperatura corporal, pelo menos, duas vezes por dia e vigiar outros sintomas como tosse ou dificuldade respiratória;
Se os sintomas agravarem, deverão contactar o profissional de saúde que o acompanha ou SNS24;
Em situações de urgência, liguem 112;
Permaneçam em casa e não recebam visitas;
Deverão limitar o número de cuidadores, idealmente um e sempre o mesmo, sendo que este não deverá estar numa situação vulnerável: grávidas, idosos, portadores de doenças crónicas ou imunodeprimidos;
Se possível, as pessoas com quem coabitam devem ficar noutro alojamento (à exceção do cuidador), sobretudo se estes forem pertencentes a grupos de risco.
Condições de isolamento:
A criança e o cuidador deverão permanecer separados das restantes pessoas numa divisão com porta encerrada, bem ventilada e com janela para o exterior, evitando correntes de ar para o resto da casa;
Devem remover da área de isolamento todos os objetos e acessórios dispensáveis;
A criança deverá utilizar, se possível, uma casa-de-banho exclusiva. Se não for possível, deverá preferencialmente tomar banho em último lugar e, após a sua utilização, proceder à limpeza e higienização da divisão com lixívia. Não deve partilhar artigos de higiene pessoal, deve utilizar um sabonete próprio ou sabão líquido e usar as toalhas apenas uma vez e colocar em recipiente fechado para posterior lavagem;
Deve-se evitar, na medida do possível, a circulação pelo restante ambiente doméstico, minimizando o contacto com os coabitantes, incluindo no período de refeições;
Em situação de extrema necessidade, poderá circular na restante casa fazendo uso correto de máscara e mantendo uma distância de 2 metros dos restantes conviventes;
Para comunicar com os restantes familiares poderá ter um intercomunicador (semelhante ao que se usa com os bebés) ou um telemóvel;
Deverá ter um recipiente de lixo com tampa automática e saco com fecho hermético, só enchendo o saco de plástico até 2/3 da sua capacidade e fechando-o bem. Deve envolver de seguida noutro saco bem fechado e depositá-lo num contentor e não num ecoponto;
Não deverá partilhar pratos, copos, chávenas, utensílios de cozinha, toalhas, lençóis ou outros objetos com pessoas que coabitam na sua casa. Após a sua utilização, lave-os com água e detergente ou na máquina de lavar a temperaturas elevadas (acima de 60ºC);
A roupa da criança deverá ser manuseada com luvas descartáveis e introduzida num saco fechado até ser lavada, devendo fazê-lo separada e diariamente a temperaturas de 60 a 90ºC e, posteriormente, secar totalmente; O mesmo se aplica às roupas da cama, cortinas, etc.; Se não puder utilizar água quente, deverá adicionar à lavagem produtos químicos específicos, como a lixívia;
Mantenha as superfícies usadas com frequência (mesas, teclados, telemóveis, maçanetas, etc.) limpas, assim como objetos com o qual a criança tenha contacto, como é o caso dos brinquedos;
A limpeza diária de todas as superfícies da casa deve ser feita com lixívia diluída em água e com uso de material descartável. Deverá estar protegido com máscara e luvas durante a sua realização;
O cuidador e a criança deverão proteger os animais de estimação, mantendo distância deles. Se não for possível, deve lavar as mãos antes e depois de cada contacto.
Higienização das mãos
Lavagem de mãos é uma das principais medidas para evitar o contágio por coronavírus!!!
1. Deve lavar as mãos de forma regular ao longo do dia e sempre que se justifique (criança, cuidador e restantes coabitantes):
Depois de tossir ou espirrar;
Antes e depois de cada contato com a criança;
Antes de sair do seu quarto;
Antes de comer;
Após limpar qualquer utensílio ou superfície. Não compartilhe alimentos, bebidas, copos, pratos e talheres com outras pessoas.
2. Deve ser feita com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos, secando bem as mãos no final;
3. Deve evitar o contacto das mãos com os olhos, nariz e boca ao longo do dia;
4. Quando tossir ou espirrar, tape a boca e o nariz com um lenço descartável. Deite no lixo os lenços de papel e lave imediatamente as mãos. Se não tiver lenço, faça-o para a parte de dentro do cotovelo.
Medidas adicionais de proteção direta para o cuidador e para a criança:
Lavar as mãos com água e sabão ou solução alcoólica após contacto com a criança ou espaço utilizado por ela;
Utilizar máscara, de forma correta, pelo cuidador e criança, se a idade permitir (vale sempre a pena tentar).
Nestes tempos penosos para todos, o regresso à rotina diária, à azáfama do dia a dia e ao rebuliço dos horários sobrecarregados é o nosso maior desejo.
Acreditamos que será real e possível, tanto mais rápido quanto mais cientes estivermos da importância da nossa colaboração e responsáveis formos no cumprimento das orientações médicas.
O nosso futuro está nas nossas mãos!
Cuide de si, para nós, os profissionais de saúde, podermos cuidar de todos!
Autores: Sofia Miranda, Cátia Silva, Helena Ramalho, Hugo Rodrigues
Serviço de Pediatria ULSAM
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